A criação de uma nova cobrança na Rodoviária do Plano Piloto, no centro de Brasília, acendeu um alerta no sistema de transporte semiurbano que liga o Distrito Federal ao Entorno. A Associação Nacional das Empresas de Transporte Rodoviário Interestadual de Passageiros (Anatrip) entrou na Justiça Federal para tentar suspender a cobrança da chamada “tarifa de acostagem”, recentemente instituída pela concessionária que administra o terminal rodoviário.
De acordo com a Anatrip, as empresas foram surpreendidas com a emissão de boletos cobrando até R$ 14,10 por cada parada de embarque ou desembarque. Para efeito de comparação, as empresas de transporte urbano que atuam dentro do DF pagam apenas R$ 2,70 pela mesma operação. A associação argumenta que o transporte semiurbano, que atende milhares de passageiros diariamente em rotas como Águas Lindas, Valparaíso e Luziânia, não conta com subsídios governamentais, ao contrário das linhas urbanas do DF, que recebem apoio financeiro do Fundo Distrital de Transporte Público.
Na ação protocolada na 20ª Vara Federal Cível da Seção Judiciária do DF, a Anatrip afirma que a cobrança, somada à defasagem histórica no reajuste das tarifas, ameaça a viabilidade econômica das empresas, podendo gerar desequilíbrio no sistema e forçar um aumento no preço das passagens para os usuários do Entorno. A entidade ainda acusa tanto a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) quanto o Governo do Distrito Federal de omissão na condução do problema e alerta que o sistema pode entrar em colapso caso a cobrança persista.
A associação pede uma liminar para suspender imediatamente a nova taxa e solicita, caso necessário, que a ANTT providencie um novo ponto de embarque e desembarque para as empresas. Por sua vez, a concessionária da Rodoviária preferiu não comentar o caso. Já a Secretaria de Transporte e Mobilidade (Semob) informou que ainda não foi oficialmente notificada sobre o processo e que se manifestará após ser comunicada.
Fonte: Correio Braziliense.
