Após 19 dias sem ações efetivas para conter os impactos ambientais causados pelo desmoronamento de uma pilha de lixo no lixão Ouro Verde, em Padre Bernardo (GO), a empresa responsável finalmente se comprometeu a agir. O acidente, ocorrido em 18 de junho, contaminou o córrego Santa Bárbara e o Rio do Sal, afetando diretamente famílias da zona rural que utilizavam a água para agricultura, piscicultura e consumo.
Em resposta, a secretária estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Andréa Vulcanis, propôs nesta segunda-feira (7/7) a assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com a empresa. O acordo, que deve ser firmado até esta terça-feira (9/7), visa estabelecer compromissos e prazos para reparação dos danos. “Não se trata de penalidade, mas de ação”, afirmou Vulcanis.
Durante reunião com representantes do gabinete de crise – formado por ICMBio, Corpo de Bombeiros, Polícia Civil, Ministério Público Federal, prefeitura e Defesa Civil – a advogada da empresa, Ana Carolina Malafaia, afirmou que a empresa está preparando cronograma e plano de ação.
A Semad já havia iniciado ações emergenciais desde 30 de junho, diante da omissão da empresa. Entre as medidas adotadas estão a transposição do córrego contaminado com uso de motobomba, abertura de acesso para retirada dos resíduos, construção de barreiras de contenção e distribuição de água potável à população afetada. Outra motobomba de maior capacidade está a caminho para reforçar a operação.
Vulcanis classificou o caso como o maior desastre ambiental em Goiás desde o acidente com o Césio-137, em 1987. O local abriga até lixo hospitalar e segue oferecendo riscos de novos deslizamentos, sobretudo com a chegada do período chuvoso.
Além disso, a Semad mantém o monitoramento da qualidade da água e reforçou que o uso dos recursos hídricos na área segue proibido. A prefeitura local está garantindo o abastecimento emergencial das famílias atingidas.
Fonte: Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – Governo de Goiás.