Entorno Hoje

Estudante e professora de Luziânia transformam bagaço da cana em tecido sustentável

Projeto desenvolvido por estudante do Cepi Osvaldo da Costa Meireles representa Goiás em feira nacional de bioinovação e chama atenção pela criatividade e apelo ambiental.
Foto: Divulgação.

Em Luziânia, no Entorno do Distrito Federal, um estudante do Cepi Osvaldo da Costa Meireles deu um passo inovador rumo à sustentabilidade: ele criou um tecido feito a partir do bagaço da cana-de-açúcar, um resíduo agrícola que normalmente é descartado. O autor da ideia é o jovem Thiago Alves dos Santos, sob orientação da professora de Biologia, Gabrielle Rosa Silva.

Da sala de aula ao laboratório

O processo teve início com a coleta do bagaço de cana — material que seria jogado fora por produtores locais. Em seguida, ele passou por etapas de higienização, secagem e trituração, antes de ser submetido à extração da celulose. Nessa fase, o material é tratado com soda cáustica e água aquecida, o que quebra os compostos orgânicos e libera as fibras.

Após a extração, o líquido resultante é neutralizado com vinagre (ácido acético) até atingir pH neutro, descartando-se o excesso e mantendo apenas a celulose sólida. Como o material adquire coloração escura, ele é então clareado com água oxigenada e novamente seco.

A etapa seguinte consiste na dissolução da celulose, quando são misturados água, soda cáustica e ureia em um recipiente de vidro, e a mistura é resfriada a –10 °C até atingir consistência viscosa — base do novo tecido.

Toque e propriedades do tecido

O material obtido surpreendeu pela maciez — semelhante à seda — e aparência próxima ao algodão. Além disso, apresentou boa absorção, resistência e aderência a tinturas naturais, mostrando potencial para uso em escala industrial e ambientalmente responsável.

Segundo a professora Gabrielle, a ideia surgiu durante uma aula eletiva de Biotecnologia, quando Thiago propôs transformar algo descartável em algo útil, unindo inovação e consciência ambiental.

Foto: Divulgação/ Gabrielle Rosa Silva.

Reconhecimento e futuro

O projeto foi selecionado para representar o estado de Goiás na II Feira de BioInovação Territórios do Brasil (FBioT Brasil), que será realizada de 27 a 30 de novembro, no Instituto Federal Baiano, em Uruçuca (BA).

Para a professora, o trabalho é uma demonstração de como a ciência pode sair dos livros e se tornar ferramenta prática de transformação:

“Queríamos mostrar que a ciência está no cotidiano e que, com recursos simples, é possível gerar soluções reais para desafios ambientais”, destacou.

Fonte: Agência Cora de Notícias.

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