O Distrito Federal e o Entorno de Brasília atravessam um dos períodos mais severos de estiagem dos últimos anos. Desde maio de 2024, a região enfrenta seca moderada em 100% do território, de acordo com o Monitor de Secas da Agência Nacional de Águas (ANA). Nos últimos dias, o cenário se agravou com registros de mais de 100 dias sem chuvas e índices de umidade entre 12% e 20% — muito abaixo dos 40% recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
A condição levou o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) a emitir alerta vermelho para o Distrito Federal e Entorno, indicando risco elevado à saúde pública. Há previsão de que a umidade caia ainda mais, podendo chegar a 10%, o que reforça os cuidados necessários da população.
Entre os impactos diretos estão problemas respiratórios, como rinite, bronquite e crises asmáticas, além de irritação nos olhos e ressecamento da pele e mucosas. Crianças, idosos e pessoas com doenças crônicas estão entre os grupos mais vulneráveis. Outro risco é o aumento de incêndios florestais e urbanos: a vegetação seca facilita a propagação das chamas, e o Governo do Distrito Federal decretou estado de emergência ambiental até novembro deste ano para reforçar o combate às queimadas.
Recomendações à população
As autoridades de saúde e meio ambiente orientam medidas para enfrentar o período crítico:
- Saúde: beber bastante água, usar soro fisiológico para higienização nasal, evitar atividades físicas intensas no período mais quente do dia e umidificar ambientes com toalhas úmidas ou bacias de água.
- Prevenção de incêndios: não acender fogueiras, não queimar lixo e descartar pontas de cigarro corretamente. Denúncias de fogo ou fumaça devem ser feitas ao Corpo de Bombeiros ou à Secretaria de Meio Ambiente.
- Uso consciente da água: reduzir tempo de banho, consertar vazamentos e reutilizar água sempre que possível. Regar plantas apenas no início da manhã ou no fim da tarde para evitar desperdício.
Mobilização coletiva
O enfrentamento da seca depende de ações conjuntas entre governos e população. Enquanto os órgãos públicos intensificam a vigilância e o combate às queimadas, especialistas reforçam que cada cidadão deve adotar práticas simples de economia de água e cuidados com a saúde.
A estiagem prolongada expõe a vulnerabilidade climática do Centro-Oeste e reforça a necessidade de planejamento de longo prazo para garantir segurança hídrica e ambiental.
Fontes: Agência Nacional de Águas (ANA), Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Agência Brasil, Poder360, CNN Brasil, R7, Agência Brasília.