Dezoito dias após o início da operação para remover o lixo que desmoronou sobre o córrego Santa Bárbara, em Padre Bernardo, a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Goiás (Semad) informou que cerca de 20% da massa de resíduos — estimada em 42 mil metros cúbicos — já foi retirada. A ação ocorre no lixão da empresa Ouro Verde e integra um termo de ajuste de conduta (TAC) assinado em 11 de julho, que prevê a conclusão do trabalho até 15 de setembro, antes do início do período chuvoso.
Segundo a Semad, mais de 560 viagens de caminhão foram realizadas para transportar o material a uma célula temporária dentro da mesma propriedade. Outra célula está em processo de impermeabilização, com metade da obra concluída. Também está em construção uma sexta lagoa de chorume, para reduzir a sobrecarga sobre as cinco já existentes e permitir reparos.
O gerente de emergências ambientais da Semad, Sayro Reis, avalia que, mantido o ritmo atual, a meta estabelecida no TAC será cumprida. Ele afirma que todas as etapas previstas no acordo estão sendo executadas.
Contaminação da água
Análises realizadas por laboratório contratado pela Ouro Verde confirmaram a presença de substâncias tóxicas na água do córrego Santa Bárbara. As amostras, coletadas entre 26 de junho e 3 de julho, em três pontos diferentes, apontaram níveis de benzeno muito acima do limite definido pela resolução Conama 357/2005 — que é de 0,005 mg/L. No primeiro ponto após a área atingida, os valores variaram entre 1 e 7 mg/L; no segundo ponto, entre 1 e 3,1 mg/L.
O manganês também ultrapassou os padrões de qualidade no primeiro ponto à jusante, com resultados de até 2,098 mg/L, bem acima do limite de 0,1 mg/L. No segundo ponto, os índices ficaram dentro dos padrões. Outros parâmetros fora da conformidade incluíram fenóis, demanda bioquímica de oxigênio (DBO), coliformes termotolerantes e oxigênio dissolvido.
A equipe técnica da Semad segue monitorando a situação. Em análises feitas em 1º de agosto, o órgão detectou níveis elevados de fósforo total e DBO no córrego. No Rio do Sal, que recebe as águas do Santa Bárbara, os resultados analisados ficaram dentro dos padrões estabelecidos pela legislação ambiental.
Fonte: Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – Governo de Goiás.